"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

padaoesilva@gmail.com

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Políticas Públicas em Portugal


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

A política sitiada

"(...) Para quem valoriza a democracia representativa e vê na Assembleia da República a instituição soberana e o melhor dos garantes do bom funcionamento de um regime assente nas liberdades, naturalmente que o cerco montado ao Parlamento, que culminou nesta semana em ataques despóticos, à pedrada, só pode ser visto com muita preocupação. Mais, a escolha sistemática da Assembleia da República como lugar de convergência de manifestações (algo que não acontecia em Portugal) devolve-nos a um passado de turbulência institucional de má memória.
Estamos, contudo, perante um caso em que o poder político, em lugar de contrariar a tendência para o enclausuramento, optou por se entrincheirar, dando sinais de fragilidade que funcionam como incentivos para que o descontentamento se dirija, de forma cada vez mais intensa e violenta, às instituições da democracia representativa. E nenhuma escapará.
É evidente que a degradação económica e social, por si só, gera contestação, mas tal não implica a capitulação política a que, de facto, assistimos das instituições do regime – que parecem ter abdicado de proteger a sua gravitas. A questão das grades não é por isso marginal. Se há uma manifestação e é preciso proteger o parlamento, coloquem-se grades, mas no dia seguinte estas têm de ser retiradas e a dignidade institucional da Assembleia da República reerguida. A política é também uma disputa simbólica.
Tem sido muitas vezes sublinhado, com inteira razão, que o nosso tecido social tenderá a desfazer-se com a crise económica que temos vivido. Não sabemos quanto tempo mais as nossas sociedades aguentam a austeridade. Mas, temo, os nossos regimes políticos aguentarão ainda menos tempo se tivermos as instituições políticas sitiadas."

a versão integral do meu artigo do Expresso de 17 de Novembro pode ser lida aqui.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

De caras




“(...) a pairar por cima de tudo isto continua a mesma incompreensão do Executivo em relação às exigências éticas associadas à austeridade. Ninguém tinha dúvidas que o que nos esperava era muito difícil, mas, também, um mínimo de bom senso bastava para se perceber que todos os cuidados eram poucos para que a aplicação do memorando fosse politicamente exequível. E também aqui o Governo deitou tudo a perder, delapidando o capital de que agora necessita, desde logo para garantir a sua sobrevivência. Na última edição do Expresso, uma fonte governamental afirmava, com uma ligeireza chocante, de caras, podemos cortar 50 mil funcionários públicos”. Ou seja, para este Governo, tudo se resolve, de caras, acrescentando desempregados aos desempregados, como se se estivessem a somar parcelas abstractas numa folha de cálculo.
Esta semana, enquanto acompanhava as eleições norte-americanas, regressei ao impressionante memorial de Franklin D. Roosevelt. Ao percorrer, entre a pedra austera, as presidências de FDR, reencontrei uma frase lapidar: “nenhum país, por mais rico, pode permitir-se desperdiçar os seus recursos humanos. A desmoralização provocada pelo desemprego em massa é a nossa maior extravagância. Moralmente, é a maior ameaça à nossa ordem social”.
De caras que esta era uma frase que devia ser afixada nos gabinetes de todos os membros do Governo. Talvez depois fosse possível iniciar uma conversa. 

o meu artigo do Expresso da semana passada pode ser lido aqui

Sob a influência



Uns tipos que me ajudaram a começar a ouvir outras músicas, aqui há uns 25 anos atrás - com a ajuda inestimável da Margo - e que estão a envelhecer com muita dignidade. Devo-lhes o Townes Van Zandt, o Neil Young e o caminho que me levou ao Johnny Cash. Não é coisa pouca. Depois, há aquela frase do Nelson Motta a propósito do Chico, que sugere que "as nossas mulheres só estão connosco porque o Chico não quis nada com elas". Pois, pode bem ser refraseada com a Margo - que, mostrando toda o seu bom gosto, ao longo das últimas duas décadas, sempre avisou o marido que só estava com ele porque o Bruce não queria nada com ela. O concerto no Sábado foi arrebatador.
Espero não deixar apagar da memória a versão do powderfinger, por exemplo ouvindo esta (alguns furos abaixo)




sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Léxico Familiar ou Mountain Goats na Zona de Conforto


o pretexto é o lançamento de Transcendental Youth, mas podia bem arranjar-se um outro qualquer. Hoje, entre as 23 e a meia-noite, na Zona de Conforto na TSF, dedicarei perto de uma hora exclusivamente à banda de John Darnielle. Como se perceberá, é pouco tempo.
(derivado ao jogo do Glorioso em Moreira de Cónegos, a zona de conforto hoje, excepcionalmente, vai para o ar depois da meia-noite)

Alinhamento (para ouvir aqui)

Harlem Roulette        3:23    The Mountain Goats Transcendental Youth         
This Year        3:53    The Mountain Goats The Sunset Tree       
No Children   2:46    The Mountain Goats Tallahassee                           
Woke Up New            3:26    The Mountain Goats Get Lonely     
Love Love Love          2:49    The Mountain Goats The Sunset Tree       
Cotton 3:26    The Mountain Goats We Shall All Be Healed        
Romans 10:9 4:46    The Mountain Goats The Life Of The World To Come     
Heretic Pride 3:34    The Mountain Goats Heretic Pride
Never Quite Free       3:30    The Mountain Goats All Eternals Deck      
Cry For Judas 3:13    The Mountain Goats Transcendental Youth

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Clivagens: nós e eles


O mundo podia bem dividir-se entre aqueles que têm condições objectivas para tirar uma fotografia com a capa daquele disco em vinil debaixo do braço e os outros.

terça-feira, 13 de novembro de 2012

O livro das desilusões


Do you still have the desire to write?
No. Anyway, I have no intention of writing in the next ten years. To tell the truth, I’m finished.
daqui.

sábado, 10 de novembro de 2012

Uma luta desigual

Há muito quem diga que, no final da campanha, a participação activa de Bill Clinton foi o empurrão que faltava a Obama para chegar confortavelmente à vitória. Posso testemunhar a importância de Clinton e o seu carisma inegável, mas, tenho para mim, que o que fez mesmo a diferença foi um ticket que nos últimos dias foi, de facto, a três: Obama/Clinton/Springsteen.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Confundam os vossos desejos com a realidade