"(...) Passos Coelho prometeu ir por “mares nunca dantes navegados”. Para quem propõe uma dupla ruptura face aos vários governos anteriores, a metáfora faz sentido: o que se anuncia é uma ruptura programática e na orgânica do Estado. Se a mudança de políticas é inteiramente legítima e promove uma necessária clarificação programática entre os partidos portugueses, já o experimentalismo na orgânica ministerial, não apenas introduz ruído como, temo bem, revelar-se-á um obstáculo perigoso à rápida implementação do acordo com a Troika.
A última coisa de que precisávamos num momento de emergência era enveredar pelo caminho de fusão de ministérios, baralhação da orgânica dos serviços e alteração de tutelas que, com manifesto insucesso, os sucessivos governos têm seguido. Em lugar de apostar na continuidade orgânica como forma de ir mais longe na ruptura programática, Passos Coelho escolheu uma mistura explosiva de radicalismo programático com perturbação institucional. É uma receita propícia ao desastre e que faz com que o falhanço se possa transformar de espectro em realidade.(...)"
o resto do meu artigo do Expresso de 25 de Junho pode ser lido aqui.