"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Estado Social, um obituário

"Ao longo de décadas de vida, o Estado Social foi fonte de segurança para gerações de portugueses. Ainda assim, o seu desaparecimento esta semana, recebido com pesar colectivo, não surpreende. Muito fragilizado por factores que escapavam ao seu controlo (ex. arrefecimento económico e envelhecimento), não resistiu à dor infligida por um diagnóstico combinado entre o Governo português e uma instituição internacional.
A simpatia com que era olhado por muitos portugueses assentava no facto de a sua passagem à maturidade ter correspondido a uma melhoria significativa das condições de vida de largos sectores da nossa sociedade, contribuindo pela sua ação persistente para a formação de uma, ainda assim incipiente, classe média. A expansão dos serviços por si oferecidos nas áreas da saúde e da educação foi, aliás, um cimento fundamental para a consolidação da democracia.
É difícil situar com exatidão o ano do seu nascimento, mas há um consenso alargado que refere a sua natureza tardia entre nós. Com raízes na primeira reforma do sistema corporativo em 1962, só se desenvolveu de forma robusta a partir de 1974, maturando com a adesão europeia, em 1986. O seu primo alemão, por exemplo, formou-se ainda sob a mão pesada de Bismarck, no final do século XIX, como forma de conter as reivindicações operárias e como instrumento ao serviço da criação de um novo Estado-nação. Já no Reino Unido, parente também próximo, a sua expansão é filha da democracia e da ascensão política do partido trabalhista, ainda que assente num relatório muito celebrado, elaborado por um deputado liberal, William Beveridge.(...)"

o resto do meu artigo do Expresso de 12 de Janeiro pode ser lido aqui.