"(...) Depois do acrónimo PIGS e da crise como culpa moral, a requerer uma resposta assente no empobrecimento, o corolário lógico é colocar os países da periferia sob tutela política, tratando-os, de facto, abaixo de PIGS.
A proposta é coerente com a resposta à crise que tem sido dada pela Europa mas, também, com a postura dos governos das periferias. Como sublinhava com clareza o economista grego Yanis Varoufakis, a partir do momento que os governos aceitam empréstimos assentes em pacotes de austeridade que aprofundam a insolvência dos seus próprios países, e que automaticamente exigem mais empréstimos, chegará o momento em que os responsáveis políticos internacionais quererão ter poderes executivos. É apenas uma questão de tempo.
Contudo, se o momento chegar, seremos todos, da Alemanha à periferia, confrontados com a inviabilidade política e económica do caminho europeu. Até lá, valha-nos ao menos o conforto das palavras do nosso primeiro-ministro: “vamos cumprir o programa, custe o que custar”. Custe o que custar."
o resto do meu artigo do Expresso de 4 de Fevereiro pode ser lido aqui.