"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Uma lenta agonia

"(...) A capitulação negocial da UGT é aparentemente uma benesse para a CGTP: por um lado, fica com o monopólio da contestação social organizada; por outro, deixa o campo aberto à afirmação de um novo secretário-geral, com a difícil tarefa de substituir um líder carismático. Estamos perante uma ilusão. O que assistiremos, muito provavelmente, é um crescente entrincheiramento da CGTP e um reforço da tutela política do Partido Comunista. Apesar da convergência estratégica, Carvalho da Silva garantia alguma autonomia táctica da CGTP face ao PC e promovia um mínimo de pluralismo interno. Com Arménio Carlos, a CGTP pode ter a ilusão de que representa o descontentamento social, mas ficará ainda mais presa ao PC, condenando-se a um lento definhamento, assente numa retórica sindical que não tem aderência ao mercado de trabalho de hoje.
Ainda assim, há um espaço de manobra possível para o movimento sindical inverter a tendência de declínio: romper com a agenda dominante, centrada em temas que nem sequer são vistos como os mais relevantes pelos trabalhadores portugueses, e libertar-se das tutelas partidárias, que asfixiam a sua capacidade de representação. Num cenário de degradação económica, não se vê como é que será possível iniciar este caminho."
o resto do meu artigo do Expresso de 28 de Janeiro está aqui.