Durante 45 minutos, em Arouca, num mini-Estádio da
Luz, esteve presente um mini-Benfica. Uma equipa amorfa, sem intensidade
e que pareceu ter ficado tolhida por um duplo erro defensivo de Eliseu
(mais um) na mesma jogada.
Depois, ao
intervalo, e com o espectro da Mata Real a pairar, tudo mudou. E, desta
feita, mesmo com a entrada de Talisca, a diferença não foi de natureza
tática. O que fez diferença foi a atitude. Repare-se, os dois golos
decisivos, que viraram o jogo, resultaram de jogadas de insistência,
onde, primeiro, Lima e, depois, Gaitán, não desistiram, forçaram o erro
adversário, e revelaram o suplemento competitivo que constrói equipas
campeãs.
A vitória em Arouca está aí para
demonstrar que não basta o talento individual, nem sequer a organização
coletiva ou uma eficácia superior nas bolas paradas (onde o Benfica, ao
contrário do habitual, esteve bastante mal) para se vencer campeonatos. É
também necessária uma disponibilidade competitiva capaz de ocultar
insuficiências estruturais (um sector que funciona menos bem) ou azares
circunstanciais (um falhanço individual).
A
este propósito, é sintomático que nos últimos três jogos fora
(Alvalade, Moreira de Cónegos e Arouca), o Benfica tenha sido capaz de
reagir a resultados negativos, invertendo a tendência do marcador. A dez
jornadas do fim, a capacidade de uma equipa vencer na raça é tão
importante como os atributos coletivos e/ou individuais. Além de três
pontos, o Benfica trouxe de Arouca uma atitude competitiva que importa
continuar a alimentar.
PS - O discurso do
colinho, como seria de esperar, já está a dar os seus frutos. Agora, com
tantas queixinhas, antes de apitarem a favor do Benfica, os árbitros
pensam duas vezes. Em Arouca ficaram por assinalar duas grandes
penalidades.
publicado no Record de terça-feira