"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

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segunda-feira, 8 de junho de 2009

O fim de qualquer coisa

Alguns factos: o PS teve o seu pior resultado de sempre em número de votos e em percentagem só melhor do que 1985 e 1987.
Ao contrário do que aconteceu quando o PS se aproximou dos seus mínimos, o PSD cresceu muito pouco (teve 28.77% com Santana e agora 31.6% com Ferreira Leite e Rangel).
BE e PCP juntos ultrapassam largamente os melhores resultados do PCP, em redor dos 18% em 1979 e 1983.
Ao mesmo tempo, votou mais gente do que nas últimas europeias.
Para já, ainda não sabemos se os eleitores expressaram, de modo racional, o seu protesto com poucos custos para a governabilidade (a propósito, a moção de censura de Portas e a afirmação de Rangel de que a legitimidade para governar está diminuída, devem ter sido as únicas coisas positivas para José Sócrates ontem à noite) e, quando estiver em causa, de facto, a governação do país, a tendência para a bipartidarização regressará ou se, pelo contrário, os três blocos (PSD+CDS; PS; e BE+PCP), que vivem de costas voltadas, são uma realidade que veio para ficar? Se a segunda hipótese for a verdadeira, temo que o que se inaugurou ontem não signifique o início de nada, mas represente apenas o fim de qualquer coisa.