quinta-feira, 8 de julho de 2010
O fim da minha primeira rádio
Quando me perguntam o que mais gosto de fazer na comunicação social, não hesito: rádio. Não vale a pena repetir os conhecidos chavões, mas a rádio é mesmo especial. Desde logo porque, ao contrário do que acontece na TV – onde as pessoas no essencial vêem-nos – ou nos jornais – onde há cada vez menos gente que de facto lê o que se escreve –, na rádio somos mesmo escutados. Hoje aconteceu o que estava escrito há bastante tempo. O Rádio Clube fechou e agora não vale a pena discutir sobre o que correu mal. Foi no Rádio Clube que me estreei na rádio e, durante mais de dois anos, por lá fiz de tudo um pouco: comentário político diário, entrevistas e também um programa de música (talvez de todas as coisas que fiz na comunicação social, a que me deu maior satisfação). Foi, também por isso, a redacção onde estive mais embedded e só guardo boas recordações da estação. Aliás, também nas redacções as rádios parecem ser diferentes dos outros media, com uma relação que é única entre jornalistas, animadores e técnicos de som. O pouco que sei sobre como se fala na rádio, foi lá que comecei a aprender, pelo que é com tristeza que sei do fim do Rádio Clube, mas, acima de tudo, é com tristeza que sei que haverá um conjunto de pessoas, nas quais vi sempre muito empenho, competência e talento, que estarão numa situação bem difícil. É para eles o meu abraço.