Gosto tanto de futebol que fujo de “trios de ataque” e entrevistas a dirigentes desportivos a sete pés. Quem me tira uma partidinha da divisão de honra nas manhãs de fim-de-semana transmitida por essa instituição que tanta falta me fez na adolescência que é a Sport TV, tira-me bastante. Já sem tudo o resto, passo bem - o que, pelo caminho, torna possível continuar a gostar de futebol. Mas se bem percebo o que se tem passado, um jogador de futebol que agride um adepto está sujeito a uma moldura disciplinar bem inferior àquela que resulta dos casos em que a agressão é a um “agente desportivo” (não deveria ser exactamente ao contrário?). No fundo, é isso que explica a alteração na suspensão de Hulk e Sapunaru - que, convém não esquecer, andaram mesmo a pontapear sujeitos aparentemente de personalidade jurídica indefinida num túnel. E, por mais voltas que se dê, não se consegue perceber como é que um steward, que está ali porque tem de estar para que o jogo se realize, é um espectador como eu.
(nota de rodapé: este ano, era preciso roubar mesmo muito o Benfica para não sermos campeões)