"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

padaoesilva@gmail.com

quinta-feira, 30 de junho de 2011

Riding for the feeling




Na Revista Única do Expresso, a partir deste Sábado e durante as próximas 10 semanas, eu o João Catarino contaremos o que nos foi acontecendo e o que fomos vendo ao longo das praias de Portugal: de Caminha a Vila Real de Santo António.

terça-feira, 28 de junho de 2011

"O que há num nome?"


Coco Gordon Moore cresceu como se esperava.

Eu nunca serei capaz de escrever assim, mas gostaria muito de ter escrito isto



"(...) eu era só filho do Lobo Antunes, não era filho do Águas, e ainda sei medir as distâncias. Portanto, o que vou eu fazer a um campo de futebol se ele já não joga? Seguir os funcionários competentes de um negócio? Assistir ao bailado dos técnicos? Ver a fantasia substituída pela sofreguidão, a ambição pela avidez, o amor ao clube pela violência idiota? Claro que continuo a querer que o Benfica ganhe. Claro que sou, como em tudo o resto, parcial, sectário, por vezes sem bom senso algum. Mas há séculos que não sofro com as derrotas e, sobretudo, não choro lágrimas sinceras com elas: estou-me nas tintas. Contudo voltaria a trotar, radiante, para assistir à entrada em campo de Costa Pereira, Mário João, Germano, Ângelo, Cavém, Cruz, José Augusto, Eusébio, Águas, Coluna e Simões, a agradecer-lhes o facto de me terem, durante anos e anos, colorido a existência. E talvez no fim do jogo, postado junto ao autocarro, quando os jogadores saíssem do balneário, o senhor Águas me apertasse a mão."
o texto completo do António Lobo Antunes sobre o Senhor José Águas está aqui.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

A mulher está doente

"(...) Com o fim do período carismático que caracterizou o primeiro par de décadas da nossa democracia, a base de recrutamento das elites partidárias mudou. Onde antes os políticos tinham percursos autónomos face aos partidos, com histórias de vida com espessura, hoje as suas trajetórias tendem a ser simétricas, com as mesmas experiências, independentemente do partido a que pertencem. Mesmo que PSD e PS tenham agora linhas programáticas com diferenças mais significativas, as cúpulas partidárias partilham um conjunto de características que as aproxima.
No que não pode deixar de ser visto como um empobrecimento da vida política portuguesa, as disputas internas aos partidos hoje replicam com contornos assustadoramente semelhantes as disputas das juventudes partidárias de há duas décadas. Se quisermos perceber o que se passa hoje no PSD ou no PS, basta tentar perceber o que aproximou ou afastou os mesmo protagonistas nas jotas. (...)"
o resto do meu artigo do Expresso de 18 de Junho está aqui.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

O género desdém e o género esmero


"Há nalguns casos o cabelo, a complicada questão do cabelo, que nem sempre se resolve satisfatoriamente. No penteado há dois géneros: o género desdém e o género esmero. O género desdém fica bem às louras. Os cabelos castanhos e os cabelos pretos não suportam senão o género esmero."

Ramalho Ortigão, As Praias de Portugal

quarta-feira, 22 de junho de 2011

O meu contributo para a reconstrução da escola pública passa por isto

o que tenho andado a ler

- Thomas Snyder, partindo da recensão a quatro novos livros sobre a Alemanha Nazi, propõe uma nova abordagem sobre o holocausto. Para quem tenha lido as Benevolentes, o argumento toca várias campainhas.

- Thomas Friedman explica a popularidade de Michael Sandel, uma espécide de filósofo pop-star, que chega até à China.

- uma lista dos 100 melhores livros de não-ficção

- o obituário do Big Man.

- a família Aimar em discurso directo: Ricardo, Andrés e Pablo César.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Will you walk with me out on the wire


"He was my great friend, my partner and with Clarence at my side, my band and I were able to tell a story far deeper than those simply contained in our music.".

Um partido incoligável

"O PS começou a perder as eleições no momento em que formou um governo minoritário em 2009. Após a magra vitória nas legislativas e perante a necessidade de fazer ajustamentos muito impopulares, governar em maioria relativa com acordos de curtíssimo alcance levaria inevitavelmente à derrocada eleitoral do último domingo. Poderia ter sido diferente? Muito provavelmente não, o que revela a encruzilhada em que se encontram os socialistas. Com a resiliência eleitoral da esquerda do pré-25 de Novembro, o PS dificilmente conquista uma maioria absoluta, ao mesmo tempo que é um partido incoligável: não pode realizar entendimentos programáticos à sua esquerda e fica dependente de acordos à direita que duram enquanto PSD e CDS os considerarem oportunos.(...)"

o resto do meu artigo publicado no Expresso de 10 de Junho pode ser lido aqui.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

I'm truly sorry - but it sounds like a wonderful thing


O The Queen is Dead faz hoje 25 anos. Os caminhos da memória são selectivos e reveladores. Já me esqueci de muitas coisas que entretanto aconteceram, algumas delas bem "importantes". Mas sei quem me mostrou pela primeira vez uma música dos Smiths, sei qual era a música e sei em casa de quem vi e ouvi pela primeira vez o The Queen is Dead. Se tiver de escolher duas ou três coisas que me tenham moldado, o conjunto de revelações que me chegou com este álbum estará entre elas. Quando os ouvi, pensei que era a melhor coisa que alguma vez me tinha sido dado a ouvir. Não mudei de opinião.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

"Subversive ideas can get through if you wrap them up in a great pop tune"

"I wrote This Charming Man for a John Peel session. I just leapt out of bed and wrote it. It was the culmination of trying to find a way of playing that was non-rock but still expressed my personality. I felt we needed something more upbeat in a different key and was miffed that Aztec Camera's Roddy Frame was getting on the radio and we weren't. That's why it's got that sunny disposition; my usual default setting was Manchester in the rain."
Johnny Marr, no Guardian de ontem, num artigo do próprio a propósito da estreia dos Smiths no Top of the Pops. Isto e muito mais pode ser "lido" numa viciante timeline da música explorável no site do Guardian. E sempre se fica a saber o que é que se passou no Lesser Free Hall a 4 de Junho de 1976.

Os The Smiths em plena subversão no TOTP

Nobre foi ao ar

Sempre se poupa à humilhação e poupa-nos a todos à humilhação.

adenda: afinal é pior do que eu havia entendido. Portas não apoia Nobre para Presidente da AR, mas incita Passos a fazê-lo. Ou seja, o número dois do futuro executivo aproveita para ver se o primeiro-ministro do governo de que vai fazer parte se espeta logo na primeira curva. Vai ser bonito de se ver.

O que tenho andado a ler

- David Byrne fala do dvd da digressão "songs of David Byrne and Brian Eno" e compara todas as tournées que fez com 'Stop making sense' - um albatroz que não se pode ignorar, mas com o qual também não é possível competir.

- Nicholas Kristof especula como seria um país com um governo limitado às funções de soberania e com uma reduzida pressão fiscal.

- Michael Kazin, num artigo sobre a esquerda radical norte-americana, sublinha que esta conseguiu fazer a diferença nos momentos em que foi um parceiro menor em coligações lideradas por reformistas do establishment.

- Peter A. Diamond, prémio nobel da economia no ano passado, explica como nos tempos actuais, um nobel, ainda para mais premiando os trabalhos do autor sobre mercado de trabalho e protecção social, não qualifica para fazer parte do board da reserva federal. Um belo e deprimente retrato dos tempos.

- o perfil de Justin Vernon (aka Bon Iver), de 'lost in the woods' a buddy do Kanye.

terça-feira, 14 de junho de 2011

NSFW



Se eu mandasse no mundo, o porno seria tal e qual como este video: o Hendrix reencarnado em mulher a tocar covers dos Beatles.

o bom e o mau aparelhismo

“Sei que há milhares de militantes por esse país fora que se queixam de nos últimos 15 a 20 anos estarem sem participação. São militantes que não são ouvidos, porque há concelhias e federações distritais onde o partido tem estado fechado, excessivamente colonizado pela administração central ou pelos aparelhos autárquicos, incapaz de se abrir e de discutir”

Francisco Assis que é apoiado pela federação do Porto, um farol de abertura e de autonomia face à administração desconcentrada e ao aparelho autárquico, em declarações hoje à LUSA.

O mundo de Tony Judt


o texto sobre Tony Judt que escrevi para o Atual do Expresso de 3 de Junho pode ser lido aqui.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Uma competição entre iguais

Quando os líderes dos dois principais partidos políticos têm percursos políticos, profissionais e académicos decalcados um do outro, ficamos a saber mais sobre os partidos do que sobre quem ocupa as lideranças.

terça-feira, 7 de junho de 2011

Quem é que disse que já não se faziam boas canções de protesto?



a melhor música sobre a guerra do Iraque.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

O que tenho andado a ler

- Richard Cohen desmonta o argumento de que com as crises económicas se tende a assistir a um aumento da criminalidade.

- Ariel Levy (uma 'huge jew') sobre a queda de Berslusconi, um artigo que expõe a dimensão grotesca do 'il cavalieri' (que, ainda assim, temo bem, não está em declínio por força do seu hedonismo muito particular).

- Russell Baker explica como do "fim" do casamento entre Eleanor e F.D. Roosevelt nasceu um novo equilíbrio de poder na família presidencial, que tornou Eleanor uma das primeiras mulheres com poder efectivo na política norte-americana.

- as razões porque Paul Scholes não tendo sido o jogador que os miúdos queriam imitar, foi o jogador que todos os super-jogadores quiseram imitar.

- o que faz de um best-seller um best-seller é provavelmente apenas o facto de vender muito. ainda assim, a natureza dos best-sellers foi alterando-se ao longo dos tempos. Ruth Franklin no Book Forum.

Reformas? não, obrigado

"Cavaco Silva deixou-nos as reformas da década; Guterres reformou o país com as pessoas primeiro; Barroso ameaçou reformar, percebeu que o lugar queimava e foi para Bruxelas; Sócrates insiste que até à crise internacional fez reformas profundas; a Troika exige-nos que reformemos o país de alto a baixo; e, finalmente, Passos Coelho, com a impetuosidade própria das juventudes partidárias, promete-nos reformas mais radicais do que as da Troika. A conclusão é clara: em Portugal há um ímpeto reformista difícil de acompanhar. As consequências de tanta reforma é que não têm sido as melhores.
Estamos perante um caso no qual a retórica política corresponde à realidade empírica. O ‘projecto manifesto’ – uma base de dados muito exaustiva sobre política europeia – revela um facto singelo: Portugal é o país europeu que mais altera as suas políticas públicas. Ou seja, o nosso reformismo não encontra paralelo. De cada vez que muda o Governo, mudam as políticas e, arrisco acrescentar, de cada vez que muda o ministro, o mesmo acontece. Ora, pode bem dar-se o caso de estarmos como estamos, não por falta de reformas, mas por termos feito reformas a mais, com fraca estabilização de políticas, pouca cooperação na sua implementação e escassa monitorização de impactos.(...)"

o resto do meu artigo do Expresso de 28 de Maio pode ser lido aqui.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

O mundo de Tony Judt



o meu texto de hoje no Atual do Expresso percebe-se melhor vendo este video.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Do que vi em Washington, o que mais me impressionou foi


isto.