"(...) A última versão da nacionalização da crise da zona euro aponta uma nova saída. Perante a incapacidade do governo grego em estrangular a sua própria economia, sociedade e país, a única solução que resta é avançar para o que até há semanas era impensável: isolar a Grécia, deixando-a caminhar para a bancarrota. Para os mesmos optimistas que acreditam no pensamento mágico, de algum modo seria possível traçar uma fronteira entre a Grécia e os restantes países, à cabeça o próximo na linha de abate – Portugal. No fundo, a Grécia funcionaria como o Lehman Brothers e Portugal seria a AIG. Como sabemos, mesmo resgatada a AIG, não foi possível estancar o efeito de contágio do Lehman Brothers. Agora imaginemos o que será um default de um país dentro de uma zona monetária única. Um assustador salto no vazio que nada terá de ordenado.
Bem sei que falar em solidariedade europeia é pedir demasiado aos políticos míopes que nos lideram, mas, ao menos, era de esperar que se movessem pelo interesse próprio. A Grécia de hoje seremos nós amanhã. Depois, é uma questão de ordenar os restantes países europeus."
o resto do meu artigo do Expresso de 18 de Fevereiro pode ser lido aqui.
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
and so it goes
I love to speak with Leonard
He’s a sportsman and a shepherd
He’s a lazy bastard
Living in a suit
A culpa é da preguiça
"(...) o argumento da preguiça revela uma interpretação desadequada da natureza da crise. No fundo, estamos perante uma interiorização depurada da crise como “culpa moral”, que faz certamente rejubilar a Srª Merkel. Para Passos Coelho, pelos vistos, os problemas do euro são uma espécie de fábula: certos povos têm uma propensão incontrolável para o ócio, pelo que têm de mudar de atitude, expiando o mal e abandonando “velhas tradições” (começando pelo paradigma de hedonismo que dá pelo nome de Carnaval). É verdade que há muito literatura que procura explicar a diversidade do capitalismo e as suas diferentes trajectórias, mas desconheço tentativas de explicar atrasos económicos com base em feriados e pontes. Devo estar a ficar preguiçoso."
o resto do meu artigo do Expresso de 11 de Fevereiro pode ser lido aqui.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012
Síndrome de Stendhal
"Absorbed in the contemplation of sublime beauty ... I reached the point where one encounters celestial sensations ... Everything spoke so vividly to my soul. Ah, if I could only forget. I had palpitations of the heart, what in Berlin they call 'nerves.' Life was drained from me. I walked with the fear of falling.''
Stendhal
Abaixo de PIGS
"(...) Depois do acrónimo PIGS e da crise como culpa moral, a requerer uma resposta assente no empobrecimento, o corolário lógico é colocar os países da periferia sob tutela política, tratando-os, de facto, abaixo de PIGS.
A proposta é coerente com a resposta à crise que tem sido dada pela Europa mas, também, com a postura dos governos das periferias. Como sublinhava com clareza o economista grego Yanis Varoufakis, a partir do momento que os governos aceitam empréstimos assentes em pacotes de austeridade que aprofundam a insolvência dos seus próprios países, e que automaticamente exigem mais empréstimos, chegará o momento em que os responsáveis políticos internacionais quererão ter poderes executivos. É apenas uma questão de tempo.
Contudo, se o momento chegar, seremos todos, da Alemanha à periferia, confrontados com a inviabilidade política e económica do caminho europeu. Até lá, valha-nos ao menos o conforto das palavras do nosso primeiro-ministro: “vamos cumprir o programa, custe o que custar”. Custe o que custar."
o resto do meu artigo do Expresso de 4 de Fevereiro pode ser lido aqui.
A proposta é coerente com a resposta à crise que tem sido dada pela Europa mas, também, com a postura dos governos das periferias. Como sublinhava com clareza o economista grego Yanis Varoufakis, a partir do momento que os governos aceitam empréstimos assentes em pacotes de austeridade que aprofundam a insolvência dos seus próprios países, e que automaticamente exigem mais empréstimos, chegará o momento em que os responsáveis políticos internacionais quererão ter poderes executivos. É apenas uma questão de tempo.
Contudo, se o momento chegar, seremos todos, da Alemanha à periferia, confrontados com a inviabilidade política e económica do caminho europeu. Até lá, valha-nos ao menos o conforto das palavras do nosso primeiro-ministro: “vamos cumprir o programa, custe o que custar”. Custe o que custar."
o resto do meu artigo do Expresso de 4 de Fevereiro pode ser lido aqui.
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012
No fundo, é isto
“Hope is not the conviction that something will turn out well, but the certainty that something makes sense, regardless of how it turns out.”
Václav Havel (lido aqui.)
quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012
Oh Yeah
Não são precisos grandes filmes para que o cinema sirva para alguma coisa. Uma dúzia de euros e quatro horas já valeram a pena só para descobrir que a Charlize Theron ouvia a mesma música que eu quando tinha uns dezoito anos (já para não falar do que fazia a ouvir a música) e que o George Clooney tem uma coleção irrepreensível de camisas (já para não falar da filha mais velha).
Uma lenta agonia
"(...) A capitulação negocial da UGT é aparentemente uma benesse para a CGTP: por um lado, fica com o monopólio da contestação social organizada; por outro, deixa o campo aberto à afirmação de um novo secretário-geral, com a difícil tarefa de substituir um líder carismático. Estamos perante uma ilusão. O que assistiremos, muito provavelmente, é um crescente entrincheiramento da CGTP e um reforço da tutela política do Partido Comunista. Apesar da convergência estratégica, Carvalho da Silva garantia alguma autonomia táctica da CGTP face ao PC e promovia um mínimo de pluralismo interno. Com Arménio Carlos, a CGTP pode ter a ilusão de que representa o descontentamento social, mas ficará ainda mais presa ao PC, condenando-se a um lento definhamento, assente numa retórica sindical que não tem aderência ao mercado de trabalho de hoje.
Ainda assim, há um espaço de manobra possível para o movimento sindical inverter a tendência de declínio: romper com a agenda dominante, centrada em temas que nem sequer são vistos como os mais relevantes pelos trabalhadores portugueses, e libertar-se das tutelas partidárias, que asfixiam a sua capacidade de representação. Num cenário de degradação económica, não se vê como é que será possível iniciar este caminho."
o resto do meu artigo do Expresso de 28 de Janeiro está aqui.
Ainda assim, há um espaço de manobra possível para o movimento sindical inverter a tendência de declínio: romper com a agenda dominante, centrada em temas que nem sequer são vistos como os mais relevantes pelos trabalhadores portugueses, e libertar-se das tutelas partidárias, que asfixiam a sua capacidade de representação. Num cenário de degradação económica, não se vê como é que será possível iniciar este caminho."
o resto do meu artigo do Expresso de 28 de Janeiro está aqui.
terça-feira, 7 de fevereiro de 2012
Continua a festim
Anda por aí uma fúria - mais uma - de covers do Leonard Cohen. Se fossem necessárias outras razões para recebermos de braços abertas as 'ideias antigas', só o facto de ter precipitado algumas destas versões já justificou o regresso. Ontem o Bill Callahan, hoje foi o John Darnielle, a fazer seu o 'Smokey Life' - (sem a Jennifer Warnes).
(obrigado ao antónio pela dica)
(obrigado ao antónio pela dica)
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
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