"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

padaoesilva@gmail.com

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Os tempos já mudaram

terça-feira, 22 de maio de 2012

O século XX recordado

"(...)Hoje, perante a catástrofe social e as consequências políticas que eram previsíveis, resta saber se a Grécia funcionará como vacina, obrigando a mudanças na Europa que impeçam o contágio e a dissolução dos sistemas partidários como os conhecemos, ou se, pelo contrário, estamos face ao início de uma epidemia que acabará por alastrar a toda a Europa, partindo das periferias, mas atingindo também o centro. Está nas mãos dos governos europeus escolher. Até agora têm cometido demasiados erros e, pior, têm insistido na trajectória falhada que ameaça os regimes. Estamos a viver um momento crucial para a Europa e convém recordar lições da História que não devem ser esquecidas. A primeira das quais é que “não podemos ser inocentes outra vez” e pensar que a irracionalidade e o mal absoluto não são ameaças que estão sempre ao virar da esquina."
a versão integral do meu artigo de 12 de Maio do Expresso pode ser lida aqui

quarta-feira, 16 de maio de 2012

E se nada mudar?

"(...) Apesar deste contexto, o centro-esquerda ainda não conseguiu desenvolver uma leitura partilhada da crise e articulá-la com uma resposta política coerente. Não há sinais de que Hollande seja capaz de responder a estes dois desafios.
Há, antes de mais, um problema estrutural. A esquerda democrática encontra-se em declínio ideológico porque ou foi incapaz de se readaptar a um contexto económico, social e demográfico muito diferente do do seu apogeu ou, quando o fez, como com a Terceira Via, teve os resultados conhecidos. Convém não esquecer que a crise que hoje enfrentamos resulta de uma arquitectura institucional da zona euro desenhada quando a maioria dos países europeus era governada por partidos social-democratas.
Hoje, o que o centro-esquerda tem para oferecer, desde a França com Hollande a Portugal com Seguro, é apenas um acto adicional ao estrangulamento político europeu. Talvez nenhum outro acontecimento cristalize esta dificuldade como a discussão em torno do Tratado de Estabilidade. Perante um conjunto de disposições que representa uma capitulação política da social-democracia, o que nos é proposto é mantê-las e juntar-lhes uma aposta no crescimento, que nunca se percebe bem em que instrumentos assentará. Hollande alterará o clima político e funcionará como um contrapeso. Espero estar enganado, mas, para além disso, pouco mudará."
 a versão integral do meu artigo do Expresso de 5 de Maio pode ser lida aqui.

sábado, 12 de maio de 2012

Your House

O Walter Benjamin esteve na zona de conforto a semana passada. Aqui fica uma interpretação despojada de Your House, uma das canções de The Extraordinary Life of Rosemary and Me.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Até aqui, tudo bem

"(...) É uma ilusão pensar que tudo se manterá igual no sistema político com um período longo em que o comportamento da economia alterna entre o anémico e a recessão. Pura e simplesmente, o amor do povo pela liberdade não será suficiente para que daqui, por exemplo, a quatro anos, os portugueses se dirijam ordeiramente e em massa às urnas para depositar o seu voto nos partidos em que necessariamente deixarão de confiar. A queda que vivemos começou por ser financeira, económica e social, mas a aterragem será inevitavelmente política e colocará em causa o regime. Como nos ensina a história europeia, a legitimidade dos regimes democráticos depende do pluralismo e da defesa do Estado de direito, mas estes valores só são politicamente sustentáveis se se alicerçarem em níveis de bem-estar suficientes, que funcionem como cimento das relações sociais. A questão não é apenas de privação material hoje, é também o modo como o regime gere expectativas sociais. Em “A classe média: ascensão e queda”, Elísio Estanque escreve que “enquanto numa trajectória ascensional se tende a antecipar a condição de chegada, na situação inversa procura-se a toda o custo negar a realidade, mesmo quando já se mergulhou nela até ao pescoço”. Ou seja, enquanto nas trajectórias ascendentes as expectativas vão sempre um passo à frente da posição individual, perante um fim abrupto desse percurso, a intensidade da frustração dispara, mas ao retardador. Um pouco como no filme de Mathieu Kassovitz: quando caímos, como agora acontece, primeiro negamos a sensação de perda, para depois chocarmos com a dura realidade da desilusão. Só então perceberemos que a solução para a crise deveria ter sido outra. Pode ser, contudo, demasiado tarde. a versão integral do meu artigo do Expresso de 28 de Abril pode ser lida aqui.

domingo, 6 de maio de 2012

Listen all of y'all this is Sabotage


ide ler o obituário do Adam Yauch pelo Sasha Frere-Jones.

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Venus in Furs

Nunca saberemos se era nisto que estavam a pensar o Leopold von Sacher-Masoch, primeiro, e o Lou Reed e o John Cale, mais tarde, quando escreveram o Venus in Furs. Mas pode bem ser o caso. St. Vincent em todo o seu esplendor, ontem à noite no programa do Jools Holland (John Cale já havia abordado o tema, no mesmo programa, há uns anos). também publicado aqui (onde tenho estado bem mais activo)