domingo, 27 de fevereiro de 2011
Um futuro incerto
"(...) o mais provável é continuarmos incapazes de compreender de modo inteligível o que nos rodeia. Como recordava há semanas António Costa Silva, parecemo-nos com Fabrizio del Dongo (personagem da "Cartuxa de Parma", de Stendhal), quando, nas arrebatadoras cem primeiras páginas do romance, num único dia, atravessa a batalha de Waterloo, é ferido, cruza-se sem saber com o próprio pai, sempre com perceção escassa do contexto que o envolve. Como ele, navegamos movidos por um conjunto de ambições românticas e, em lugar de proclamações definitivas sobre o futuro, assentes em modelos fechados, precisamos de mais factos e menos asserções teóricas. É a única forma de lidarmos com a contingência que nos rodeia e contrariarmos o del Dongo que tem estado demasiadamente presente nos olhos com que olhamos para o mundo. Seja em relação à crise, ao Médio Oriente ou ao PIB português."
o resto do meu artigo publicado na edição do Expresso de 19 de fevereiro pode ser lido aqui.