quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Aimar com sabor a Aimar
Quando há três anos e meio o Rui Costa foi a Saragoça oferecer a sua camisola 10 ao Pablo Aimar sabia o que estava a fazer. Jogar a 10 não é só jogar a 10 e a mística não se conquista apenas nos escalões jovens dos clube. Há mais mística em meia perna do Aimar ou num corte limpo do Ricardo ou num passe adocicado do Valdo do que em carradas de portugueses esforçados. Ontem, no fim daquele empate amargo, vi a imagem que marcou o meu jogo. Partida terminada, rápido flash das câmaras pelo relvado e o Aimar, já de fato treino, barba desleixada a dar uma lição de masculinidade aos CR da vida, sorri de língua de fora. Naquele sorriso encontrei todos os miúdos que subiram fim-de-semana após fim-de-semana o 3º anel para verem o Glorioso. O Aimar naquele momento éramos todos nós. Mas, depois, na flash interview, o nosso 10 explicaria tudo. “empate com sabor a vitória”, questiona o jornalista, mobilizando todos os vícios da profissão, para logo Aimar responder com calma irónica, “não, empate com sabor a empate”.