"(...) partindo de uma parábola grega popularizada pelo filósofo Isaiah Berlin, Tetlock divide os especialistas em dois tipos: as raposas e os porcos-espinhos. A distinção assenta na ideia de que enquanto as raposas trabalham em várias frentes e procuram olhar para o mundo em toda a sua complexidade, evitando integrar as suas mundivisões num conceito geral unificador, os porcos-espinhos simplificam a realidade através de uma leitura organizadora baseada num conceito unificador, capaz de tudo traduzir em nexos causais lineares. No fundo, a raposa sabe muitas coisas enquanto o porco-espinho sabe uma grande coisa.
É precisamente essa a conclusão de Tetlock: os especialistas nos quais devemos acreditar são os que se aproximam das raposas – capazes da auto-crítica, ecléticos e disponíveis para actualizar as suas crenças face a novos factos. Já os especialistas que tendem a desempenhar pior o papel de cassandras são os que se aproximam dos porcos-espinhos – têm uma grande ideia, normalmente convincente e articulada, mas que aplicam a todos os acontecimentos. Tetlock acrescenta que os media preferem os porcos-espinhos. (...)"
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