quinta-feira, 25 de abril de 2013
terça-feira, 23 de abril de 2013
Reformistas de todo o país, uni-vos
"(...) Um dos traços mais marcantes
da atitude revolucionária dominante é a forma como vê em todos os obstáculos
uma oportunidade. A arquitetura do euro dificulta a capacidade competitiva da
economia portuguesa? Pouco importa. A crise da dívida é um pretexto para
enveredar pela desvalorização interna, baixando salários. A Constituição
defende o princípio da igualdade? Ai é? Então, o chumbo do Tribunal
Constitucional é a justificação ideal para desmantelar o Estado social. O
caminho para o Governo é claro: de oportunidade em oportunidade até à revolução
final.
Há, claro, um lado de
profunda irracionalidade nesta estratégia. Só assim se explica a vontade
indómita de aplicar, em doses sempre mais reforçadas, uma estratégia de hiperausteridade
que manifestamente não funcionou, e esperar resultados diferentes. O espírito é
típico do de uma cruzada, uma fé inabalável em amanhãs que cantam. Para os
arautos do “capitalismo científico”, pouco importa a destruição social. Um dia,
sobre as cinzas do desemprego, emergirá uma nova sociedade. Quando? Ninguém
sabe.
Perante o auto-da-fé a que
estamos assistir, no qual revanchismo e irracionalidade se combinam, e quando
há um consenso muito alargado na sociedade portuguesa, da direita à esquerda,
que defende, com razoabilidade, o falhanço da estratégia seguida por este Governo,
e acolitada por uma Europa em desvario, talvez seja altura de lançar um apelo
patriótico: “reformistas de todo o país, uni-vos” para parar já a deriva
revolucionária em curso."
a versão integral do meu artigo do Expresso de 13 de Abril pode ser lida aqui.
segunda-feira, 15 de abril de 2013
Entre memórias e lojas de discos
No Sound+Vision do Nuno Galopim e do João Lopes tem sido publicada uma série com memórias pessoais de lojas de discos. Hoje, cabe-me a mim contar quais são/foram as minhas lojas prediletas. Para ler aqui.
quarta-feira, 10 de abril de 2013
Porque é que não te calas?
"(...) Não
admira que a Alemanha defenda os seus interesses, o que espanta é que os países
da periferia interiorizem a culpa moral pela crise, que busquem expiá-la,
aceitando sistematicamente o empobrecimento como solução, e que nas reuniões
europeias ninguém se insurja contra o que é dito e feito. O que surpreende nas
últimas semanas não são tanto as decisões tomadas, é a atitude colaboracionista
de quem é objectivamente prejudicado. Não admira que Schauble ou Dijsselbloem
digam o que pensam. O que choca é que ministros do Governo português presentes nestas
reuniões não tenham a coragem patriótica para dizer: “porque é que não te
calas?”
o resto do meu artigo do Expresso de 29 de Março pode ser lido aqui.
terça-feira, 9 de abril de 2013
segunda-feira, 8 de abril de 2013
terça-feira, 2 de abril de 2013
Necessidade, oportunidade e risco
"A
decisão do PS de apresentar uma moção de censura é um espelho dos dilemas que
enfrentam os socialistas. O PS podia não apresentar uma moção de censura? Não,
não podia. O PS corre riscos ao apresentar uma moção de censura? Sim e pode
mesmo encaminhar-se para um beco político. (...)"
o resto do meu artigo do Expresso de 23 de Março está aqui.
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Uma oportunidade perdida
Em menos de dois anos, desabituámo-nos de ter um primeiro-ministro capaz de explicar e de se explicar. O regresso de José Sócrates, independentemente do que possamos pensar sobre o que diz, revela a importância política da forma como se diz.
A clareza favorece também a interpretação do que Sócrates quis que esta entrevista fosse. Na ausência de alguém que contrariasse uma “narrativa” hegemónica, Sócrates optou por ser ele a fazê-lo, formatando o debate público através de uma revisitação do início de 2011. Uma hora e meia de entrevista resultou num ajuste de contas com o papel do Presidente e da atual maioria na precipitação de uma crise que, inviabilizando o PEC IV, levou ao pedido de resgate. Com um corolário lógico: Cavaco Silva está intimamente ligado à solução política que temos hoje.
Esta foi a entrevista que Sócrates quis dar. Mas tratou-se de uma oportunidade perdida para dar uma outra entrevista, incomparavelmente mais relevante. Uma entrevista que contrariasse a tese da década perdida no ajustamento de Portugal ao euro, sublinhando o modo como os seus Governos combateram os vários défices que diminuem a nossa competitividade – das qualificações aos custos de contexto, passando pelo orçamental. Défices estruturais e bem mais estratégicos que a sucessão de episódios mesquinhos que ocorreram entre 2009 e 2011.
Um ex-primeiro-ministro tem o direito de se defender de ataques soezes? Sim. Mas não terá também o dever de contribuir para ultrapassar a situação de bloqueio em que o país se encontra? Se assim é, qual foi o contributo desta entrevista?
comentário à entrevista de José Sócrates publicado no Expresso de 29 de Março
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