"Se o Benfica ganhar o próximo jogo, começo a acreditar". O tweet de
João Vale, no final da partida contra o Marítimo, resume com precisão o
estado de espírito dos benfiquistas e é, também, a chave do sucesso. A
memória do futebol desconchavado do início da época e a sucessão de maus
resultados que assolaram a equipa durante muito tempo afastaram
qualquer sonho de vitória. Mas, semana a semana, o Benfica foi
ultrapassando todas as adversidades e deixou para trás adversário após
adversário. Hoje, a conquista do tri é uma possibilidade real, à
distância de uma vitória.
É a memória viva dos insucessos de
início da temporada e a bazófia com que os nossos adversários nos têm
brindado ao longo do campeonato que mantêm o Benfica focado apenas no
seu percurso e com uma humildade que ajuda a enfrentar as dificuldades. E
não têm sido poucas.
O Benfica superou todos os testes: estabilizou
as opções técnicas quando a pressão para mudar era muita; teve a frieza
de não responder à incontinência verbal e facebookiana dos adversários;
perante ondas sucessivas de lesões, encontrou nos ‘Manéis’ da equipa B
soluções à altura; recuperou de desvantagens em vários jogos;
reequilibrou-se fisicamente após o desgaste da Champions; e, domingo,
contra o Marítimo, realizou das melhores exibições dos últimos tempos,
respondendo à pressão psicológica que envolvia a partida e, acima de
tudo, mostrando confiança e um espírito de grupo notável, que permitiram
(con)vencer, mesmo jogando com 10.
Custa a acreditar: contra as expectativas, o Benfica está, de forma categórica, a três pontos de ser campeão.
publicado no Record de terça-feira