Sem viagens à volta do mundo, sem
incertezas nem lacunas gritantes no plantel, o planeamento da nova época do
Benfica parece exemplar e, acima de tudo, contrasta com os anos anteriores.
Para o adepto, até causa estranheza. Não estávamos habituados a uma
pré-temporada assim.
Acima de tudo, a estratégia seguida
pelo Benfica é coerente e não parece alterar-se ao sabor do vento.
Mantém-se a opção de apostar em
jovens talentos (independentemente da nacionalidade), em lugar de contratar
jogadores consagrados, mais caros e com menor margem de progressão. Faz
sentido: por um lado, estabiliza-se a ideia que o Benfica é um clube que faz
crescer os jogadores e dá oportunidades para a sua afirmação; por outro,
consolida-se um modelo de negócio que assegura a sustentabilidade financeira.
Não menos importante, estamos no
início de Agosto e o plantel tem, pelo menos, duas soluções de qualidade para
cada posição e oferece a Rui Vitória possibilidades de alguma versatilidade
tática, inexistente no passado. Mesmo que ocorram algumas saídas, o Benfica não
precisará de ir a correr ao mercado. Mais importante, mantém-se a coluna
dorsal, que joga pelo centro do terreno e compensa com experiência a inevitável
imaturidade das jovens contratações.
Bem sei que o acaso desempenha um
papel importante no futebol, mas, no fim, talento, organização e trabalho
acabam por compensar: se tudo correr como planeado, o Benfica tem todas as
condições para alcançar um inédito tetra campeonato.
publicado no Record de 2 de Agosto