O rol
de resultados do Porto nas várias modalidades, nas duas últimas semanas, não
deve ter paralelos nas últimas décadas. Três derrotas consecutivas com o
Benfica no andebol (modalidade em que o Glorioso não conquistava um título há
quatro anos); eliminação das competições europeias pela Oliveirense no hóquei;
derrota com o Galitos e depois com a Ovarense no basquetebol; culminando com a
dupla jornada negra no futebol, frente ao Tondela e Paços de Ferreira.
Uma
sequência de resultados assim não pode ser fortuita ou fruto do azar – uma bola
que não entrou e podia ter entrado –, nem sequer atribuída a erros de
arbitragem. Quando os exemplos são demasiados e contrastam com a senda
vitoriosa do passado, as explicações têm de ser outras e só podem ter causas
estruturais. De igual forma que a dinâmica de vitória do Benfica, que vai
acumulando resultados positivos e conquista títulos em todas as modalidades,
parafraseando Luís Filipe Vieira depois do jogo de Munique, "não pode ter
nascido por acaso".
Não se
pense, contudo, que verto lágrimas de crocodilo pelo Porto de Pinto da Costa.
Penso mesmo que o que se está a passar é um caso de justiça poética (ou até
dourada!). A questão é outra.
Há,
neste momento, uma grande expectativa entre os benfiquistas: o Sporting perderá
pontos no dragão e o título ficará à nossa mercê. Temo que não seja assim. O
mais provável, hoje, é que o Porto perca tudo o que tem a perder. Com
consequências. Para alcançar o 35, o Benfica depende apenas de si e tem cinco
jogos para vencer.
publicado no Record