Deixando de lado o facto do próprio Enzo ser uma adaptação, já quando o argentino saiu, o Benfica teve dificuldade em arranjar uma solução e desviou Pizzi para o meio. Depois, com Vitória, a equipa passou um par de meses com o mesmo problema. Foi então que Renato surgiu, encheu o campo, e com Pizzi a descair para a ala, a equipa reequilibrou-se rumo ao 35. Este ano, a história repetiu-se e passou a ser necessário substituir Renato.
Contra as expetativas, a temporada iniciou-se com Horta a titular. Entretanto, a vaga de lesões devolveu Pizzi ao meio. Meses passados, com o transmontano a acumular jogos nas pernas, os problemas ressurgiram porque, é sugerido, Pizzi não pôde descansar.
E se o problema for outro? É que, de facto, não há muitos jogadores para jogar a 8 num meio-campo a dois (a posição é muito exigente técnica, tática e fisicamente) e aqueles que o conseguem fazer rapidamente serão vendidos (os colossos europeus não andam a dormir). Mais, quantas equipas europeias de topo jogam com o sistema do Benfica? Nenhuma.
Conclusão: como um 8 como o Benfica necessita para o sistema que usa é uma espécie rara, estaremos sempre à procura de um jogador para a posição. Que fazer? talvez pensar num sistema alternativo, com um meio-campo a três e que não peça tanto de um jogador difícil de encontrar.
publicado no Record de 7 de Fevereiro