"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

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segunda-feira, 13 de fevereiro de 2017

Em busca de um 8

Nas últimas semanas desenvolveu-se um consenso: o problema do Benfica era a baixa de forma de Pizzi. Logo, era necessário ter uma alternativa para a posição 8. Registo que esta discussão tem anos, tendo-se acentuado desde a saída de Enzo.

Deixando de lado o facto do próprio Enzo ser uma adaptação, já quando o argentino saiu, o Benfica teve dificuldade em arranjar uma solução e desviou Pizzi para o meio. Depois, com Vitória, a equipa passou um par de meses com o mesmo problema. Foi então que Renato surgiu, encheu o campo, e com Pizzi a descair para a ala, a equipa reequilibrou-se rumo ao 35. Este ano, a história repetiu-se e passou a ser necessário substituir Renato.

Contra as expetativas, a temporada iniciou-se com Horta a titular. Entretanto, a vaga de lesões devolveu Pizzi ao meio. Meses passados, com o transmontano a acumular jogos nas pernas, os problemas ressurgiram porque, é sugerido, Pizzi não pôde descansar.

E se o problema for outro? É que, de facto, não há muitos jogadores para jogar a 8 num meio-campo a dois (a posição é muito exigente técnica, tática e fisicamente) e aqueles que o conseguem fazer rapidamente serão vendidos (os colossos europeus não andam a dormir). Mais, quantas equipas europeias de topo jogam com o sistema do Benfica? Nenhuma.

Conclusão: como um 8 como o Benfica necessita para o sistema que usa é uma espécie rara, estaremos sempre à procura de um jogador para a posição. Que fazer? talvez pensar num sistema alternativo, com um meio-campo a três e que não peça tanto de um jogador difícil de encontrar.

publicado no Record de 7 de Fevereiro