Uma vitória merecida, uma exibição pobre e a
persistência de sinais preocupantes. Esta pode bem ser uma descrição do
Benfica-Moreirense. À imagem dos jogos anteriores, o Benfica entrou em
campo amorfo, sem intensidade, mas, desta feita, a equipa foi capaz de
dar a volta ao resultado porque mostrou garra e Rui Vitória arriscou e
fez substituições em tempo útil. Será este um bom rumo?
Sim
e não. Claro que a capacidade de inverter resultados desfavoráveis e a
atitude revelada são indicadores muito positivos. Da mesma forma que ter
um treinador com sentido de risco, que não atrasa as substituições até
aos minutos finais é um bom sinal. Há, contudo, um grande 'mas' em tudo
isto.
Uma
equipa que ambiciona conquistar títulos pode recorrer de quando em
quando a uma solução de risco, empurrando o adversário para dentro da
área, através de jogo direto para os avançados, mas esta opção não pode
ser usada por sistema. Se este é o plano B que anda a ser treinado, é
preocupante; se é utilizado nos jogos sem que antes seja testado, é
ainda mais preocupante. Assim como assim, já lá vão duas partidas em
que, em desvantagem, o Benfica coloca três avançados e ainda põe o ala
esquerdo a fazer todo o corredor. Desta feita resultou, a probabilidade
de voltar a resultar é baixa.
Bendita, por
isso, esta pausa para as seleções. O Benfica vai ter duas semanas bem
necessárias para desenvolver as suas ideias de jogo ofensivo; para
equilibrar as transições defensivas e para estabilizar emocionalmente a
equipa. São tarefas hercúleas, mas ou os problemas se resolvem agora ou
pode ser tarde.
publicado no Record de terça-feira