O Benfica entrou com uma identidade vincada no
Dragão, na primeira parte colocou o Porto em sentido, com posse e boa
circulação de bola, agressividade defensiva e a equipa subida. Desta
feita, não se viu um Benfica com o autocarro estacionado à frente da
área (estratégia que deu a vitória o ano passado), nem uma equipa
incapaz de controlar o jogo a meio-campo.
Nos
últimos anos, não me recordo de ver um Benfica tão destemido e
personalizado a jogar contra o Porto fora. E a comparação não é de
somenos: este é, afinal, o onze titular menos forte das últimas
temporadas e, convém não esquecer, a equipa entrou em campo com uma ala
direita que o ano passado fazia o tirocínio na equipa B. Esta foi uma
das faces do Benfica este fim-de-semana. Uma face bem positiva e que
augura um futuro auspicioso.
Infelizmente
houve outra face. A da equipa que perdeu os três jogos oficiais
disputados fora da Luz (com Sporting, Arouca e Porto). Como a próxima
deslocação é a Madrid, para defrontar o Atlético, o Benfica arrisca-se a
fazer quatro jogos fora e a acumular quatro derrotas. Esta é a face
mais negativa.
Que fazer agora? Consolidar
uma ideia de jogo distinta da do passado (da qual se têm visto sinais
nas últimas partidas), estabilizar o onze titular e não escorregar de
novo. O Benfica pode mudar de política, apostando em jovens vindos da
formação, mas tem de combinar essa aposta com a capacidade ganhadora do
passado recente. Caso contrário, não há estratégia de aposta na formação
que resista.
publicado no Record de terça-feira