"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

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terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O Ketchup do Benfica


Recordar-se-ão da metáfora de Cristiano Ronaldo, usada há uns anos, perante uma breve e incomum crise de golos na seleção. Dizia o jogador do Real que “os golos são como o Ketchup. Quando aparece, aparece tudo de uma vez”.  A metáfora pode bem servir para o Benfica deste ano, não em relação aos golos (que não têm faltado desde o início da temporada), mas quanto às exibições.
            As boas exibições do Benfica são como o Ketchup: demoraram a aparecer, mas quando apareceram foi em catadupa.
            Claro está que não se começa a jogar bom futebol por obra do acaso. Há sempre razões para isso. Podemos pensar que o Benfica melhorou – e muito – porque foi-se adaptando, finalmente, às ideias de Rui Vitória. Em parte é verdade. Mas as explicações talvez sejam mais simples.
            O Benfica começou a jogar um futebol convincente a partir do momento em que estabilizou o onze titular e, no essencial, quando ganhou um novo equilíbrio no meio-campo. A entrada de rompante de Renato Sanches ofereceu intensidade e metros de profundidade ao corredor central, enquanto Fejsa contribuiu para compensar defensivamente a equipa. Mas a grande surpresa é, talvez, a forma como Pizzi, partindo do corredor, consegue criar movimentos pendulares para o centro, colocando o Benfica em superioridade numérica a atacar.
            Assim se explica o bom momento do Benfica. Mas para que o Ketchup atacante continue a aparecer, faltam laterais que garantam profundidade atacante nos corredores e, acima de tudo, o regresso do talento superlativo de Gaitán.


publicado no Record