Depois do clássico de
Alvalade, o campeonato está relançado e é de novo uma corrida a três. Na Luz
há, por isso, razões para otimismo.
No rescaldo do jogo de
Guimarães, Rui Vitória afirmou, a este propósito, e após (mais) uma vitória
sofrida, que lhe parecia que “o futuro ia ser risonho”. Percebe-se os motivos:
os rivais têm perdido pontos, vão perder mais e o Benfica terá reforços
importantes para a segunda metade do campeonato. E não falo da chegada ainda
incerta de Cervi ou da promessa Grimaldo. Os regressos de Gaitán, Nélson
Semedo, de Luisão e, espera-se, de Sálvio ajudarão a mudar o Benfica. Quatro
jogadores que podem trazer o suplemento de qualidade que tantas vezes tem
faltado.
Com Gaitán, o Benfica tem
ganhos de criatividade no jogo atacante; com Nélson Semedo recupera
profundidade nos corredores (uma das principais lacunas desta época tem sido a
forma como os laterais se encontram sistematicamente em posições muito
recuadas); enquanto Luisão é uma voz de comando, que organiza a equipa. Claro
está que Sálvio em forma trará uma explosão no um para um que ajudaria ao
regresso do carrossel atacante do passado.
Mas engane-se quem pense que
o problema do Benfica é, apenas, de diminuição de qualidade individual por força
da onda de lesões ou de excesso de juventude. É certo que um ataque com Gaitán,
Jonas e Sálvio, apoiados por Renato Sanches, fará diferença. Não será, no
entanto, suficiente. Um futuro verdadeiramente risonho depende da capacidade
de, à qualidade individual, juntar-se uma dinâmica coletiva e um critério no
jogo atacante que, até ver, têm estado ausentes.
publicado no Record de terça-feira