"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

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quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Expectativas

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As expectativas jogam a favor do Benfica. Começou a época com uma gestão errática da saída do treinador carismático, a jogar um futebol titubeante e com resultados que deitavam tudo a perder. O campeonato parecia entregue a uma disputa a dois, entre Sporting e Porto.
O Benfica só podia melhorar e melhorou para além do que parecia possível. O Benfica de 2016 joga um futebol enleante e que chega à baliza com uma facilidade ímpar. De tal forma que, hoje, a história é outra: o Benfica só depende de si próprio, é candidato ao tri e tem do seu lado o facto de estar em crescendo, enquanto Sporting e Porto, de modos diferentes, parecem enfrentar bloqueios exibicionais e de resultados, muito por força de uma instabilidade que começa nas direções e se prolonga dentro do campo.
Por ter começado mal, o Benfica tem as expectativas do seu lado. Mas, também, é verdade que, agora, Rui Vitória tem para gerir um daqueles problemas que nenhum treinador desdenha: as expectativas dos jogadores que eram segundas escolhas e aproveitaram a oportunidade para agarrar a titularidade.
Se no início da temporada, a equipa jogava pouco e parecia ter um plantel com poucas soluções, na hora atual, começa a ser necessário gerir as justas expectativas de Carcela que fez bem o lugar de Gaitán, de Lisandro que fez esquecer a ausência de Luisão e até de André Almeida que substituiu Nélson Semedo. Se juntarmos a ambição de Talisca, Guedes e Jiménez, com o regresso dos titulares naturais, Vitória fica com um outro problema de gestão de expectativas. Mas igualmente positivo.


publicado no Record de terça-feira