As
expectativas jogam a favor do Benfica. Começou a época com uma gestão errática
da saída do treinador carismático, a jogar um futebol titubeante e com
resultados que deitavam tudo a perder. O campeonato parecia entregue a uma
disputa a dois, entre Sporting e Porto.
O
Benfica só podia melhorar e melhorou para além do que parecia possível. O
Benfica de 2016 joga um futebol enleante e que chega à baliza com uma
facilidade ímpar. De tal forma que, hoje, a história é outra: o Benfica só
depende de si próprio, é candidato ao tri e tem do seu lado o facto de estar em
crescendo, enquanto Sporting e Porto, de modos diferentes, parecem enfrentar
bloqueios exibicionais e de resultados, muito por força de uma instabilidade
que começa nas direções e se prolonga dentro do campo.
Por
ter começado mal, o Benfica tem as expectativas do seu lado. Mas, também, é
verdade que, agora, Rui Vitória tem para gerir um daqueles problemas que nenhum
treinador desdenha: as expectativas dos jogadores que eram segundas escolhas e
aproveitaram a oportunidade para agarrar a titularidade.
Se
no início da temporada, a equipa jogava pouco e parecia ter um plantel com
poucas soluções, na hora atual, começa a ser necessário gerir as justas
expectativas de Carcela que fez bem o lugar de Gaitán, de Lisandro que fez
esquecer a ausência de Luisão e até de André Almeida que substituiu Nélson
Semedo. Se juntarmos a ambição de Talisca, Guedes e Jiménez, com o regresso dos
titulares naturais, Vitória fica com um outro problema de gestão de
expectativas. Mas igualmente positivo.
publicado no Record de terça-feira