Há um ano, por esta altura, o Benfica era
uma equipa destroçada. Sem fio de jogo, a viver uma transição traumática de
treinadores e a acumular maus resultados. Antes da deslocação a Braga, a
questão que se colocava era se fazia sentido começar a preparar a nova
temporada, mudando de treinador e lançando novos jogadores ou, pelo contrário,
teimar numa aposta que parecia falhada. Entretanto, o Sporting liderava o
campeonato com uma vantagem que era sensivelmente a mesma que o Benfica tem agora.
Sabemos bem como terminou o campeonato.
E sabemos também que pequenos fatores
fizeram uma grande diferença: a entrada de Renato na equipa, que ligou os
setores e conferiu dinâmica ao futebol do Benfica, e uma dupla atacante (Jonas
e Mitroglou) que começou a marcar golos em catadupa. Claro está que, não fora o
excesso de confiança demonstrado pelo Sporting, a vantagem amealhada pelos de
Alvalade não teria sido delapidada.
É essa a principal lição que o Benfica
agora deve recordar. Não há lideranças confortáveis e nem os adversários são
tão frágeis como sugerem os resultados deste fim-de-semana, nem
futebolisticamente o Benfica é tão superior como indicia a tabela
classificativa. O Porto, por estar liberto da tensão entre Benfica e Sporting,
tem a vantagem de correr por fora e tem este ano mais soluções em posições
chave; já o Sporting tem um excelente treinador, com um plantel desenhado à sua
medida e que é bem mais completo do que o do ano passado. É por isso que,
agora, contrariar o entusiasmo natural que se sente na família benfiquista é
tão importante como ultrapassar as fragilidades futebolísticas que ainda
existem.