"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

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terça-feira, 13 de dezembro de 2016

O resto são cartolinas

Rui Vitória definiu uma estratégia inteligente para o desafio com o Sporting. Antecipando a inferioridade do Benfica no meio-campo (onde a dupla Adrien e William é muito forte), escolheu contornar as dificuldades. Deu a iniciativa ao Sporting, jogou em transições rápidas e explorou o ponto fraco dos de Alvalade, a defesa, em particular o espaço entre centrais e laterais. O futebol direto de Ederson para Jiménez não deu descanso à equipa leonina. Teria sido um erro se o Benfica tem jogado em ataque organizado frente ao Sporting que é forte no ataque organizado.

Mas se o Benfica levou vantagem na estratégia, Jorge Jesus foi perspicaz na leitura tática que fez do evoluir do jogo. A perder, soube mexer no onze, melhorando muito o futebol do Sporting. Pelo contrário, Vitória, num primeiro momento, fez a equipa recuar muito e afastou Pizzi do centro nevrálgico. Arriscou demasiado e só após a entrada de Cervi a equipa se recompôs, para não mais perder o controlo.

Se o Benfica levou vantagem na estratégia e o Sporting na tática, o que é que explica o resultado?

Os mesmos fatores que têm feito diferença nos últimos tempos: a qualidade individual dos jogadores do Benfica e o empenho que colocam em cada disputa. Uma equipa que se habitou a ganhar, mas que aborda cada jogo como se fosse determinante. Sintomaticamente, no final da partida, os jogadores celebraram a vitória, em círculo no meio do relvado, como se tivessem conquistado algo decisivo. Quando assim é, a sorte do jogo tende a sorrir e torna-se bem mais fácil controlar o que no futebol é aleatório. O resto são ‘cartolinas’.

publicado no Record de 13 de dezembro