Alguma
coisa mudou na Europa e, ainda que de forma oficiosa, o papel do BCE alterou-se,
empurrado pela degradação da situação de Espanha e Itália. Com um inaceitável
legado de destruição económica e de barbárie social (é disso que falamos quando
se assiste à destruição em massa de postos de trabalho), a Europa criou as
condições de viabilidade financeira de curto prazo para a sua própria
estratégia.
Regressámos
à casa de partida, mas acompanhados por uma enorme alteração nos equilíbrios de
poder, que tem um efeito positivo na capacidade de financiamento dos países.
Antes, a condicionalidade era negociada com a Troika (FMI, Comissão e BCE), no
futuro passará a depender, cada vez mais, do BCE. Um novo monarca absoluto na
política europeia, que centraliza as decisões e imporá condições, passando a
deter o monopólio da violência económica e social. Que a estrutura de poder se
altere de forma tão profunda e ninguém cuide de garantir níveis mínimos de
legitimidade é elucidativo do desvario político que impera na Europa."
o resto do meu artigo do Expresso da semana passada está aqui.