Convém, contudo, não desvalorizar que o fim da celebração da
República tem também um efeito de ocultação do que é, ou deveria ser, o chão
comum em que assenta o nosso regime e a nossa comunidade. A República, por um
lado, como representação pluralista e livre dos cidadãos, e quadro
institucional no qual se constrói a nação; por outro, como regime onde
prevalece o primado da política como resposta à questão económica e social e
não o contrário.
Esta crise tem sido, de facto, uma oportunidade para brincar com o
fogo, e como descobriremos, infelizmente, à degradação económica e social
seguir-se-á a decadência política e institucional, num contexto em que os laços
que nos uniram foram sendo paulatinamente destruídos. Se não nos celebramos
como comunidade política independente, corremos o risco de o deixar de ser."
a versão integral do meu artigo do Expresso de 5 de Outubro pode ser lida aqui.