A cinco jornadas do fim, as equipas já não alterarão a sua forma de
jogar, nem corrigirão as suas insuficiências. As cartas estão lançadas:
Benfica e FC Porto são, aliás, duas formações com uma ideia de jogo
diferente, mas que se equivalem. O equilíbrio não quer dizer que o
campeonato se vá decidir nas estratégias comunicacionais ou, como
insiste o FC Porto, nas decisões das arbitragens. O campeão será
escolhido dentro do campo, como tem acontecido nos últimos anos.
Com
quinze pontos em disputa, a equipa que lidar melhor com a pressão será
campeã. E os fatores a pressionarem o Benfica não são os mesmos que
pressionam o FC Porto. Enquanto o Benfica está pressionado pela
conquista de um tetra que seria inédito e por um abismo da vitória que
persegue quem lidera competições durante muitas jornadas; o FC Porto
encontra-se assolado por uma seca de títulos sem paralelos na história
recente e, não menos relevante, pelo espetro de um investimento
financeiro que se poderá tornar insustentável caso não regressem as
vitórias. Até ver, o FC Porto revelou ansiedade nos momentos decisivos,
claudicando quando esteve ao seu alcance assumir a liderança.
Por
fora, corre um Sporting que passou a vencer quando deixou de estar
pressionado. Alheado da disputa pelo título, o Sporting tornou-se uma
equipa mais forte e que será determinante na escolha do campeão. É por
isso também um Sporting mais perigoso aquele que o Benfica vai enfrentar
no sábado. A menos que, como sempre acontece com os de Alvalade, o
dérbi seja encarado com uma pressão adicional por ser o jogo que pode
salvar a época.
publicado no Record de 17 de Abril