Pelo que se ouve dizer, se têm sido
marcados os 485 penáltis que reclama
só nesta temporada, por esta altura, o Porto liderava o campeonato nacional e
seria favorito a vencer a Champions.
Mas como penalties por marcar há para todos os gostos e todas as repetições
televisivas, talvez valha pena fazer outro exercício: olhar para os penalties
efetivamente marcados.
Os números, de facto, impressionam.
Nos últimos quatro anos, o Sporting
teve 36 penáltis a favor; o Porto 32; e o Benfica 26. Será que este indicador
nos diz alguma coisa? Se pensarmos que o Benfica foi a equipa que mais venceu e
também a mais atacante nos últimos anos (288 golos marcados contra 256 do Porto
e 249 do Sporting), é estranho que esta dinâmica atacante resulte num número
inferior de grandes penalidades.
Tão relevante como o número de
penalties é, como é sabido, o momento em que são assinalados. E aqui, de novo,
uma série longa causa estranheza: dos 36 penáltis de que o Sporting beneficiou,
14 foram assinalados com o jogo empatado; no caso do Porto, o rácio é ainda
mais favorável, 17 em 32 (isto é, mais de metade); já o Benfica, em 26
penalidades, apenas seis foram marcadas com o marcador empatado.
Projetemos agora o exercício à atual
temporada. Enquanto o Porto teve seis penáltis a favor, cinco deles foram
assinalados com o resultado empatado; já Benfica beneficiou de quatro penáltis,
mas apenas um com o jogo empatado.
É estatisticamente curioso que a
equipa que mais atacou nos últimos anos seja aquela que tem menos penáltis e
ainda mais curioso que estes sejam menos decisivos para a marcha do marcador.
Querem mesmo continuar a falar de
penáltis?