"I hope the fences we mended
Fall down beneath their own weight"

John Darnielle

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quarta-feira, 22 de abril de 2009

Grandes ciclistas


A propósito de metáforas de ciclistas e bicicletas, vale a pena recordar Gino Bartali – do tempo em que o ciclismo era o desporto do povo. Conta a lenda que, no pós-guerra, e no dia em que Togliatti – que era secretário-geral do PCI – foi atingido a tiro, empurrando a Itália para o que parecia ser uma Guerra Civil inevitável, as vitórias sucessivas de Bartali no Tour foram decisivas para transformar a conflitualidade nas ruas em celebrações populares. Um ciclista que tinha colaborado com a resistência à ocupação, fazendo de estafeta, passando os pontos de controlo com a desculpa que estava a treinar, mas acima de tudo, o Gino que, com “aquele nariz triste de italiano alegre”, era a Itália. Nesse dia, Bartali não pedalou apenas a sua bicicleta.



(na verdade, houve vários outros dias em que Bartali não se limitou a pedalar a sua bicicleta. Como na mítica subida ao Col d'Izoard, quando ofereceu água ao seu arqui-rival, e símbolo de uma Itália moderna, Fausto Coppi, ajudando-o a vencer o Tour desse ano.)